Atarde
Após
uma manhã tumultuada, a juíza Marixa Fabiane Lopes, que preside o julgamento do
goleiro Bruno Fernandes pelo assassinato de sua ex-amante Eliza Samudio,
determinou no início da tarde desta segunda-feira (19) o desmembramento do
processo em relação ao ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
Liderados pelo advogado Ércio Quaresma, os defensores do ex-policial, acusado
de executar a vítima, abandonaram o julgamento e o réu recusou-se a ser
representado por um defensor público.
Com a
decisão, Marixa deu prazo de dez dias para que ele nomeie novo advogado e seu
julgamento deve ocorrer junto com o Wemerson Marques de Souza e Elenílson Vítor
da Silva, em data que ainda vai ser marcada. Os advogados do braço direito de
Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, também ameaçaram deixar o
julgamento, mas o acusado afirmou querer ser julgado junto com o amigo e, caso
seus defensores abandonem o plenário, ele passará a ser representado por um
defensor público.
A
decisão ocorreu após uma manhã tumultuada, que atrasou em mais de três horas o
início da sessão. O julgamento estava previsto para começar às 9 horas, mas
Marixa só conseguiu iniciar oficialmente os trabalhos ao meio-dia. Porém, após
cerca de uma hora de discussão com Quaresma, a sessão voltou a ser suspensa e
só foi reiniciada às 15h30. Além de Macarrão e Bola, a magistrada fez a mesma
pergunta para Bruno, sua ex-mulher Dayanna Rodrigues do Carmo - que vai
permanecer sentada ao lado do jogador durante o julgamento - e outra
ex-namorada do goleiro, Fernanda Gomes de Castro. Todos concordaram em ser
julgados imediatamente.
Após
a saída dos advogados de Bola do plenário, que criticaram a "falta de
imparcialidade" do julgamento porque a magistrada limitou o tempo para que
os defensores apresentassem questões preliminares, a sessão começou a
transcorrer tranquila, bem diferente dos tumultos que marcaram toda a manhã no
Tribunal do Júri de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Antes
de deixar o plenário, Ércio Quaresma já havia discutido com o colega Rui
Pimenta, que representa Bruno, e já havia protagonizado outro bate-boca com a
magistrada ao exigir acesso às mídias com depoimentos de testemunhas. A juíza
determinou que esse material poderia ser assistido em equipamento do Tribunal
de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), mas a defesa de Bola alega não ter tido
acesso aos interrogatórios. Os advogados chegaram a recorrer ao Supremo
Tribunal Federal (STF) para adiar o julgamento, mas o pedido foi negado pelo
ministro Joaquim Barbosa.
Segundo
Marixa, o material só pode ser assistido em equipamento do TJ-MG para preservar
a imagem das testemunhas, já que os interrogatórios estão em áudio e vídeo.
"Tem dois anos que o processo está em curso. A defesa poderia ter marcado
minuto a minuto os trechos", argumentou a magistrada.
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