A calma voltou aos mercados da
América Latina depois da turbulência enfrentada no início de 2014. Esta é a
avaliação da Capital Economics divulgada em relatório nesta terça-feira (25).
Entre as principais moedas da região, o real se destacou ao registrar a maior
apreciação ante o dólar em fevereiro (4%) e por ser única divisa a recuperar as
perdas no acumulado do ano. Segundo o documento, na maioria dos países houve
fortalecimento das moedas e queda nas taxas de retorno ao investidor. A análise
positiva em relação ao Brasil vai ao encontro das últimas declarações do
presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que "há uma mudança
positiva em relação ao País nas últimas semanas", movimento que, segundo
ele, se reflete na queda do CDS (sigla de Credit Default Swap, operação
financeira que funciona como um seguro contra o calote) do Brasil e na menor
volatilidade do mercado de câmbio. De acordo com a Capital Economics, em um
horizonte mais amplo o melhor desempenho entre as divisas latino-americanas é o
do peso mexicano. Os analistas dizem que isso "se deve parcialmente ao
fato de o país ter evitado os desequilíbrios macroeconômicos (embora aumentando
o déficit de conta corrente)". Os destaques negativos, segundo a
consultoria, ficam com Venezuela e Argentina. Os protestos que tomaram as ruas
de Caracas levaram a uma fuga de capitais e a uma elevação taxas de retorno ao
investidor. Ao longo do ano, a moeda venezuelana deve se desvalorizar devido às
transações no mercado paralelo, em que a cotação do bolívar é mais fraca. A
expectativa dos especialistas da consultoria é de que o peso argentino continue
caindo em 2014, apesar da estabilidade observada em fevereiro. No geral, os
economistas da Capital Economics projetam que a maioria das moedas
latino-americanas deve perder força em relação ao dólar, mas, segundo os
economistas da instituição, a maior parte desse processo de desvalorização já
ocorreu. (VB)
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